Propaganda no Rádio – década de 90
No início da década de 90 a verba destinada a publicidade no rádio era apenas 4,8% da participação no mercado. A televisão, por sua parte, consolidou a sua liderança. No começo dos anos 90, o meio tinha uma quota de 57,3% na distribuição da publicidade. Seguiam-lhe os jornais (25,6%) e as revistas (9,6%). (MEIO & MENSAGEM, 2001, p. 12)
Tal resultado indica a transição definitiva do rádio para um escalão inferior na divisão dos investimentos publicitários realizados em mídia no Brasil. A redução se produziu, sobretudo, como conseqüência do avanço da televisão sobre a quota de mercado do rádio. Nenhum outro meio sofreu uma queda com a mesma intensidade. De 1950 (ano em que surgiu a televisão no Brasil) até 1990, a participação do rádio na distribuição dos recursos publicitários baixou 82%. A quota da publicidade exterior diminuiu 70% e dos jornais, 32%. Em contrapartida, a participação da televisão subiu 135%, como mostra a Tabela 1.
Tabela 1 – Distribuição dos investimentos publicitários
realizados em mídia de 1950 a 1990
Meio | 1950 | 1960 | 1970 | 1980 | 1990 |
Jornal | 38,0% | 18,1% | 21,0% | 16,2% | 25,6% |
Rádio | 26,0% | 23,6% | 13,2% | 8,1% | 4,8% |
Televisão | 0% | 24,7% | 39,6% | 57,8% | 57,3% |
Revista | 10,0% | 27,1% | 21,9% | 14,0% | 9,6% |
Exterior | 9,0% | 6,4% | 3,8% | 3,3% | 2,7% |
Fonte: Elaboração própria, a partir de Leite (1950), Ortriwano (1960 a 1980) e Meio & Mensagem (1990).
Para tornar mais frágil a situação do rádio na distribuição das verbas, na década de 90 também se incrementa a competição com novos meios e formas de promoção publicitária. Neste período, ganham espaço ferramentas como a televisão por assinatura, a internet, o marketing direto, o marketing relacional, o marketing promocional, o marketing esportivo, o marketing com causa social, etc.
Tudo isso produz uma mudança profunda no panorama dos meios e impõe um desafio para o rádio: como frear o avanço da concorrência sobre a sua quota de participação no bolo publicitário?
Como resultado do avanço das novas tecnologias de comunicação e para se adequar à nova realidade do mercado, o negócio radiofônico inicia uma reorganização. As redes de emissoras se fortalecem e se abre o capital das empresas à participação dos investidores estrangeiros. Consolidam-se as centrais de rádio encarregadas de atrair o investimento dos grandes anunciantes e os grupos de profissionais animam a discussão sobre o futuro do setor.
O rádio comercial brasileiro entra no novo milênio marcado pela renovação e com esperança de recuperar a quota de participação nos investimentos publicitários.
Coca Cola na década de 90
Os anos 90 são marcados por uma atuação cada vez mais incisiva da Coca-Cola Brasil, além de promover eventos que vão ficar para sempre na memória do consumidor brasileiro: uma estratégia campeã no mercado. Já em balada por um novo slogan "Emoção pra valer" , a Coca-Cola não pára de surpreender os consumidores. Inicia a década de 90 colocando no mercado a Big Coke (dois litros) e a embalagem 1,25L. Em junho de 1990 lança a lata de alumínio 100% reciclável para toda a sua linha de produtos. Pouco tempo depois, chega ao mercado a maior revolução em termos de embalagem a Super família. No rádio, a campanha adota diferentes formatos (spots de 30” e programetes de 60”).
Em 1992, a Coca-Cola foi novamente pioneira ao lançar, no Brasil as Coke Machines (máquinas de vender refrigerantes em lata no sistema de fichas), inovação que, ainda no mesmo ano, juntou-se à novidade da campanha "Sempre coca cola". Em julho de 1995, as Coke Machines passaram aceitar diretamente notas de R$ 1 - no momento em que o Plano Real pregava a estabilização da moeda brasileira. A embalagem de 2,5 litros, a maior do mercado, também chegou como diferente alternativa para o consumidor em 1999, ano em que foi lançado o slogan "Curta".
Em 2001, a Coca-Cola lançou em grande estilo a campanha com o novo slogan "Gostoso é Viver", um sucesso que continua nos dias de hoje. Pregando os bons momentos da vida, a campanha acabou embalando no mesmo ano o relançamento das garrafinhas de vidro “contour” de 237m1, trazendo de volta o antigo prazer de beber uma Coca-Cola gelada na sua mais conhecida e charmosa embalagem. Em 2002, para comemorar a copa, foram lançadas algumas séries de Coca-Cola em latas de 473 ml, com a imagem de Pelé, o Rei do Futebol.
Em paralelo, sempre voltada aos anseios dos consumidores e comprometida com uma permanente renovação, a Coca-Cola iniciou no Brasil, um processo de diversificação, lançando bebidas não-carbonatadas - como água mineral (Bonaqua), chá gelado (Nestea), sucos à base de frutas (Kapo) e o energético (Burn).
Atualmente, quando se fala em Coca-Cola no Brasil, fala-se de um sistema que reúne 39 fábricas operadas por 16 grupos empresariais, com quase 25 mil funcionários e frota de cerca de 10 mil veículos, responsável pelo abastecimento de mais de 1 milhão de pontos de venda em todo o país, que fez sua história no rádio e vai continuar fazendo.
Jingles da década de 90
Jingle Coca-Cola “Sempre Coca-Cola”, Jingle Parmalat “Tomou”, Jingle Guaraná “Pipoca e guaraná”.